Que solitária pela terra vaga
Todos têm nojo, todos têm medo
Todos a chamam de praga
Todos a chamam de praga
Já a borboleta, feliz dela
Todos citam em seus poemas
Todos citam em seus poemas
Azuis, laranjas, amarelas
Coloridas, grandes, pequenas
Coloridas, grandes, pequenas
Enfeitam os nobres campos
Voando em zigue-zague
Voando em zigue-zague
E a larva sob as flores
Querendo só que alguém lhe afague
Querendo só que alguém lhe afague
Caminha lentamente
Em busca de algum amor
Em busca de algum amor
É duramente rejeitada
Ninguém liga pra sua dor
Ninguém liga pra sua dor
Não expressa, apenas sente
Sabe que nada adianta
Sabe que nada adianta
Ah, se alguém a afagasse
Mas com larva alguém não se encanta
Mas com larva alguém não se encanta
Na caminhada da vida
Da seus passos com agonia
Da seus passos com agonia
A vida de uma larva
Se resume em melancolia
Se resume em melancolia