terça-feira, 6 de maio de 2014

Pra não dizer que não falei das... Larvas!

Desapontada vive a larva
Que solitária pela terra vaga
Todos têm nojo, todos têm medo
Todos a chamam de praga
Já a borboleta, feliz dela
Todos citam em seus poemas
Azuis, laranjas, amarelas
Coloridas, grandes, pequenas
Enfeitam os nobres campos
Voando em zigue-zague
E a larva sob as flores
Querendo só que alguém lhe afague

Caminha lentamente
Em busca de algum amor
É duramente rejeitada
Ninguém liga pra sua dor
Não expressa, apenas sente
Sabe que nada adianta
Ah, se alguém a afagasse
Mas com larva alguém não se encanta
Na caminhada da vida
Da seus passos com agonia
A vida de uma larva
Se resume em melancolia

segunda-feira, 5 de maio de 2014

O Cavaquinho

Suave, alegre, comunicativo, doce e pequenino
Simples e adorado é seu agudo divino
Expressando amor de "parabéns" a brasileirinho
De companheiro e de amigo posso chamar meu cavaquinho
Expressando gosto de Mercedita à Tico-Tico no Fubá
Que alegria sente o músico quando encontra-se a tocar

Expressando beleza de asa branca à carinhoso
Quando sentava para tocar, era um momento honroso
Ao tocar qualquer coisa, o que expressava era carinho
Ai que saudades agora sinto do meu querido cavaquinho
Tocando atrás da cabeça, querendo chamar atenção
Tocava noite feliz, tocava com o coração

Até hoje ao lembrar sinto o cheiro do instrumento
Das cordas oxidadas, por não tocá-las eu lamento
Quatro cordas afinadas, quatro notas de primor
Quatro dedos eu usava, quatro calos de amor
Que saudades hoje sinto do meu parceiro tocar
Bastou-me escrever dele que desabei-me a chorar

Com as mãos maiores, fui do cavaco pro violão
No caminho da música dou meus passos com paixão
Agora a minha parceira, eu clamo, não vai embora
Toco ponteio, tenho a viola pra cantar
E quem me dera agora
Também tivesse o cavaco pra tocar

Recordar é Viver

O quintal em Sobradinho com entulho e a busca interminável pela cestinha da bicicleta que era de uma, mas frequentemente de todos. Cestinha essa que depois de certo tempo, eu já nem tinha certeza se existira realmente ou se era fruto da minha imaginação, um sonho talvez; essas dimensões eram quase as mesmas. Ah, cheiro de Darshan...

A casinha no quintal, um lar sob teto de luz, sobre chão de equilíbrio e entre paredes de paz e amor. A tuia, a cortininha de elefante, uva passa em cima da geladeira... Quem dera se eu pudesse alcançá-las sem o uso de minhas artimanhas, com os pés no chão. A sala da TV, das conversas e principalmente das músicas. Tenho lembrança da mesma com chão e teto infinitos, coloridos e em movimento circular... Quanta psicodelia!

Um carro, um casamento, depois um apartamento. Ah asa sul, minhas lembranças de seu tempo despertam nostalgia, ainda bem que não saudades. Em muitos momentos me relembram meu valor, em momentos de desequilíbrio. Preciso respeitar-nos cada vez mais. Como diz a música que eu insistia ouvir quase todo santo dia: "Recordar é viver, eu ontem sonhei com você".

Nessa época e na anterior, nas noites eu sentia coisas fortíssimas espontaneamente, das quais hoje em dia caso eu sinta, não seria surpresa um susto... Ah, mas eu era criança e tinha a consciência limpíssima; só observava, sentia e curtia. Ai, meu cavaquinho!

Lembranças... Não passam de um presente passado, presente que já nos fora dado e gasto, mastigado, devorado... Alimentam os pensamentos, mas deve-se ter atenção com quais alimentar. O gosto, jamais sai das bocas de nossas consciências, formando o presente e o futuro. Se o gosto é bom ou ruim, é uma questão apenas de percepção, só, simples. O presente forma o futuro, que vem ser presente a cada instante. E o presente, é a hora de fazer o futuro... Mas que presente ganhamos!

Afirmação do Amor

Eu amo, tu amas, nós amamos e todos amam
Se não amar, é impossível andar, cantar, criar e respirar
Amar alguém, o mundo, a vida e o amor
Amar quando penso, escrevo, quando vejo seu esplendor
Amar o pensamento, as cores, a alegria e a dor
Já que nessa vida, tanto vale o amor

Não é um sabre que corta e espedaça seu coração,
É uma luz misteriosa que estabelece conexão
Conexão com o universo, com a natureza e com a paz
Não vem do além, o trabalho de estabelecê-lo és quem faz

É capaz de espantar o medo, a dúvida, a angústia e o sofrimento
Amor não traz dor, traz é desenvolvimento
Uma bela duma flor que com nosso esforço vem se abrindo,
Quando o amor aparece, jamais estará partindo

Não parte porque não chega, ele vive dentro de nós,
Está nas plantas, na natureza, na doçura de sua voz
Está nas pedras e nas paredes, no cimento, na construção
Está também no que não é vivo, na água, no caminhão
Está em todas as coisas, cabe a nós prestar atenção

Se acaso lhe magoem, o amor não é o culpado
É fruto dos mais doces e precisa ser provado
O problema é das pessoas, pois as mesmas o criaram
O amor é o caminho, pergunte aos que caminharam
Algo superior, o amor, dos problemas nos distancia
Quando o amor veio chegando, o problema adoecia

Não é a interrogação, é a exclamação
Exclamando em nossas vidas, vá a gente aonde for
Exclamação de uma bela afirmação: A afirmação do amor.

Desejo-me boas vindas de novo

Acá estou de volta, sentado na frente do mesmo computador, vendo a mesma tela de criação de postagem do blogger, mais ou menos pelo mesmo horário em que eu fazia isso há 4 anos atrás... Porém, tudo é novo. O sentido da vinda é outro, a vontade de escrever é outra e o sentido da escrita é outro. Não existe mais para mim sentido em escrever sobre questões políticas como eu fazia aqui quando tinha meus doze anos: Existe muito, mas muito dentro de mim para eu desvendar, conhecer, explorar antes de apontar o dedo lá para fora. O lado de fora possui sua importância para o lado de dentro, mas o lado de dentro quando trabalhado corretamente torna o de fora belo, sereno e tranquilo. E é esse o sentido de agora. Não sei se voltei para o blog ou se o mesmo voltou para mim.

Não escrevo mais para inglês ver, para mostrar que sei falar sobre política ou mostrar que consigo usar a norma culta da língua portuguesa. Não viso mais acumular leitores e visitas ao blog, nem ter um blog com aquele ar comercial que eu tinha. Não escrevo mais para reclamar, criticar e mostrar que sei pensar. Pois é, há muito mais entre o céu e a terra do que parecia ter... Crescer não é tão fácil, muito menos difícil. Dói, e graças a Deus - algo que eu não dava tanta importância pois tinha coisas "mais importantes" (?) para me preocupar -, não machuca. Pelo contrário, concerta, arruma.

Agora, escrevo com o objetivo de expressar ideias, sentimentos, pensamentos, para talvez servir de exemplo para observação de algumas pessoas que assim como eu encontram dificuldades e dores para crescer e desenvolver. Não é um "blog adolescente". Pode até ser em pontos completamente diferentes, mas pessoas mais vividas geralmente chamadas de "adultos" estão em fase de crescimento também e também não é fácil - muito menos difícil (2) -. É lindo ver os que já superaram certas coisas... Os que ainda não superaram, estamos aqui, estou escrevendo e estamos todos no mesmo barco. Espero que para essas pessoas também, alguma coisa que eu escreva seja útil, assim como é para mim. Certa vez li que um senhor muito sábio disse aos seus discípulos: "Um bom conselho pode vir até da boca de um bêbado, depende de como você o interpreta". E aqui estou eu, não aconselhando, não me embriagando nem escrevendo para discípulos, mas escrevendo... E vocês... Bem, sei que saberão interpretar!