quinta-feira, 17 de julho de 2014

Saudade de amoras, nostalgia da infância

Nostalgia das profundas sensações passadas
Padecimento pela falta do que fora e já não volta mais
Vivencias do passado, no presente mental agregadas
Termos gregos agregados, que agregam termos mentais

Saudade é o carro que partiu com alguém
Que pelo vidro dolorosamente chorava
Fitando na rua um amor, aos prantos também
E a cada volta dos pneus a dor aumentava

Nostalgia é o fruto já extinto
De uma árvore que também já não existe
A vontade de comê-lo vem do instinto
Instinto ferido, animal do coração triste

Saudade, termo que do latim veio
Nos peitos dos solitários instalou-se
Mas para o peito, não é bom recheio
É a falta do recheio que outrora alguém trouxe

Nostalgia, o tempo que já passara
O primeiro dia do primeiro namoro
Os primeiros lábios que a boca beijara
E pelo primeiro namoro, o primeiro choro

Saudades é estar no inverno
E querer comer amora
É estar em plena primavera
Querendo o frio de outrora

Nostalgia é uma data no calendário
Data que sabemos, nunca mais volta
É formado lembrar dos tempos de estagiário
O passado irreversível que ao coração exorta

Saudades é lembrar e querer mais,
Vazio com esperança de preenchimento
O marujo que espera alcançar o cais
Para beijar sua terra e acabar com seu sofrimento.