Cheiro do cerrado
Gosto da erva
Do tereré amargo
Do fundo da língua
No fundo do peito conserva
A guavira de novembro
O baru que no chão estala
Amora de setembro
Terra vermelha exala
Abriga raízes do cajueiro
Mantém úmidas as do buriti
Sustenta um sistema inteiro
Das vidas que estão aqui
E o amor vem do céu
Seja por chuva, sol ou ar
O céu, formoso véu
Que cobre essa gente
Permite o amar
Gambá passa voado
Felino corre atrás
O caboclo, colhe maravilhado
As coisas que a natureza trás
Pelo trabalho que o mesmo faz
Campo Grande da cultura
Da boa fruta, boa música
Boa água, boa temperatura
Habitat natural do bicho que sou
Estou sempre aqui, não importa onde vou
Também está sempre em mim
Terra vermelha
Que no meu peito se instalou
O coração bombeou
Vermelho é meu sangue:
Nele, terra, comida, ar e água:
Campo Grande...
Aniversariou