segunda-feira, 5 de maio de 2014

Recordar é Viver

O quintal em Sobradinho com entulho e a busca interminável pela cestinha da bicicleta que era de uma, mas frequentemente de todos. Cestinha essa que depois de certo tempo, eu já nem tinha certeza se existira realmente ou se era fruto da minha imaginação, um sonho talvez; essas dimensões eram quase as mesmas. Ah, cheiro de Darshan...

A casinha no quintal, um lar sob teto de luz, sobre chão de equilíbrio e entre paredes de paz e amor. A tuia, a cortininha de elefante, uva passa em cima da geladeira... Quem dera se eu pudesse alcançá-las sem o uso de minhas artimanhas, com os pés no chão. A sala da TV, das conversas e principalmente das músicas. Tenho lembrança da mesma com chão e teto infinitos, coloridos e em movimento circular... Quanta psicodelia!

Um carro, um casamento, depois um apartamento. Ah asa sul, minhas lembranças de seu tempo despertam nostalgia, ainda bem que não saudades. Em muitos momentos me relembram meu valor, em momentos de desequilíbrio. Preciso respeitar-nos cada vez mais. Como diz a música que eu insistia ouvir quase todo santo dia: "Recordar é viver, eu ontem sonhei com você".

Nessa época e na anterior, nas noites eu sentia coisas fortíssimas espontaneamente, das quais hoje em dia caso eu sinta, não seria surpresa um susto... Ah, mas eu era criança e tinha a consciência limpíssima; só observava, sentia e curtia. Ai, meu cavaquinho!

Lembranças... Não passam de um presente passado, presente que já nos fora dado e gasto, mastigado, devorado... Alimentam os pensamentos, mas deve-se ter atenção com quais alimentar. O gosto, jamais sai das bocas de nossas consciências, formando o presente e o futuro. Se o gosto é bom ou ruim, é uma questão apenas de percepção, só, simples. O presente forma o futuro, que vem ser presente a cada instante. E o presente, é a hora de fazer o futuro... Mas que presente ganhamos!

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